Péssima notícia para os brasileiros. Uma previsão feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrou piores resultados para as projeções fiscais brasileiras. Segundo o FMI, o Brasil deverá registrar déficits primários de 0,6% do PIB em 2024 e de 0,3% em 2025. Os déficits primários são saldos negativos entre despesas e receitas, além do pagamento de juros da dívida.
A última análise foi realizada em outubro de 2023, na qual os números estavam negativos em 0,2% par ambos os anos. Os dados do FMI forma divulgados no dia 17 de abril, mostrando que a previsão é de que o Brasil zere o déficit somente em 2026, durante o último ano do atual mandato do governo Lula. Assim, os números só chegariam a um superávit em 2027, estimado para 0,4% do PIB. Com isso, o saldo positivo entre as despesas e as receitas permaneceriam positivos até 2029, último ano das projeções realizadas.
Além disso, o FMI estima ainda que a dívida pública bruta brasileira passe de 84,7% do PIB em 2029 para 86,7% do PIB em. O valor deverá aumentar até 2026, chegando a 90,9%. Contudo, as projeções são mais positivas do que as inseridas no último Monitor Fiscal, divulgado em outubro. Nela, a dívida pública atingirá 90,3% já em 2024.
Projeções brasileiras são preocupantes
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Segundo o relatório do FMI, a dívida brasileira é pior do que a verificada em países emergentes. A média desses países ficou em 70,3% do PIB em 2024, enquanto o Brasil poderá registrar 86,7%. Assim, as dívidas do Brasil são menores apenas que a de pises como Ucrânia, em situação de guerra, e do Egito.
A Argentina, que está enfrentando grandes problemas econômicos, possui projeções melhores do que a do Brasil. Conforme publicado pelo FMI, os argentinos enfrentarão uma situação melhor que a dos brasileiros, visto que dívida de lá está estimada em 86,2% do PIB neste ano. No entanto, as projeções do FMI foram divulgadas antes da mudança da meta fiscal de 2025, divulgada pelo Governo Federal.
Governo brasileiro divulga novas estimativas
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Com as novas estimativas, o déficit será zerado já em 2025. Segundo a previsão do resultado fiscal de 2024, divulgado no dia 22 de março pelo Governo Federal, o país sairá de um superávit de 9,1 bilhões para um déficit de R$ 9,3 bilhões, sendo esse o resultado da diferença entre as receitas e as despesas. Já em relação ao PIB brasileiro, o valor esperado é de 0,25%.
Dessa forma, para conseguir manter o limite de despesas, estimado em R$ 2,1 trilhões, o governo determinou o bloqueio de R$ 2,9 bilhões no orçamento. Conforme lembrado pelo secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, a meta fiscal para 2024 é um superávit, ou um déficit de R$ 28,8 bilhões.
“Dentro do intervalo de tolerância, se houver déficit não há uma implicação prática. Não há a necessidade de limitação de empenho ou de contingenciamento. Essa necessidade só surge a partir deste limite, se o déficit ultrapassar essa barreira dos R$ 28,8 bilhões”, explicou o secretário.