Yvon Chouinard, o fundador da marca de roupas para atividades ao ar livre Patagonia, nunca sonhou em ser bilionário. Seu verdadeiro prazer estava no surfe e nas escaladas, longe da ambição de acumular riqueza.
No entanto, ao criar sua empresa em 1973, ele se viu no mundo dos negócios e, ao longo dos anos, a Patagonia se tornou um sucesso, com um faturamento anual de US$ 1 bilhão.
Em 2017, ao ser incluído na lista de bilionários da Forbes, Chouinard sentiu que havia falhado em sua missão de tornar o mundo um lugar melhor. Esse momento foi um ponto de virada, levando-o a tomar uma decisão drástica: doar toda sua fortuna para ajudar o meio ambiente.
Assim, em 2022, ele transferiu as ações da Patagonia para a Holdfast Collective, um fundo que tem como objetivo a proteção da natureza.
Um caminho nada convencional
Nascido em 1938 nos Estados Unidos, Chouinard teve uma infância simples e um início de vida escolar complicado. Ele se destacava mais pelas atividades ao ar livre do que nas salas de aula.
Foi aos 14 anos, em um clube de falcoaria, que ele aprendeu a escalar, paixão que moldaria o restante de sua vida.
Mais tarde, ele comprou uma forja para fabricar seu próprio equipamento de escalada, já que os europeus disponíveis no mercado não eram resistentes o suficiente.
A empresa Chouinard Equipment, criada por ele e alguns amigos, se tornou o maior fornecedor de equipamentos de escalada nos Estados Unidos.
No entanto, sua maior inovação veio por acidente, ao perceber que as roupas tinham um potencial de lucro maior do que os equipamentos de escalada.
Foi assim que ele começou a importar camisas de rugby, dando início ao império que a Patagonia se tornaria.
Uma marca com propósito
A Patagonia cresceu com a filosofia de que o sucesso empresarial poderia coexistir com a preservação ambiental. A empresa se tornou pioneira em práticas de sustentabilidade, como a produção de tecidos reciclados e o uso de algodão orgânico.
Além disso, Chouinard instituiu o compromisso de doar 1% das vendas da empresa para causas ambientais, um movimento que inspirou outras empresas a fazerem o mesmo.
Em 2022, ao transferir todas as ações da Patagonia para uma fundação ambiental, Chouinard afirmou que “a Terra é agora o nosso único acionista”.
Com essa decisão, a empresa gera anualmente US$ 100 milhões que são destinados à preservação do meio ambiente, mantendo o legado de uma marca que vai além do lucro.
Chouinard, agora com 83 anos, vive uma vida simples, longe dos holofotes, com duas casas modestas e um carro antigo.
Sua maior realização, no entanto, foi conseguir usar sua fortuna para impactar o planeta de forma positiva, deixando um exemplo para outras empresas seguirem.